domingo, 18 de julho de 2010

.Fé na Festa



Como diz a comunidade, Meu filho vai ouvir Gilberto Gil. Porque ele é genial, criativo, por vezes incompreensível, mas sem dúvidas são de sua autoria as canções mais belas que já ouvi na minha vida. Tai Super-homem que fala por si só.
Gil formulou sua própria música, incorporando rock, reggae, funk e ritmos da Bahia, como o afoxé e outros ritmos do nordeste do Brasil como o baião, ao samba e bossa-nova. Do Tropicalismo a Física Quântica como uma sensibilidade e musicalidade impossível de ser copiada.

Gilberto Passos Gil Moreira nasceu em 1942, mas sua cabeça sempre foi além do ano 2222, pelas reflexões e construções que sempre propôs.

Fé na Festa é divertido, alegre e tem a cara da minha infância. Um disco lindo e cheio de referências do Nordeste! @gilbertogil junino pop ciber sanfona!

Destaque para as tracks Marmundo e Não tenho medo da vida.

“O mar do mundo ficou
Um mar imundo demais
Se a barra mundo pesou
O mundo sabe o que faz...”

“A dor na carne e na alma, a calma a se propagar
A durar dia após dia, a varar noite, a dormir
A ver o amor a vir a ser, a ter e a tornar
A amanhecer de novo e de novo um novo dia…
Isso às vezes me agonia, às vezes me faz chorar”

Você pode ouvir e saber tudo sobre o disco e muito mais no site oficial:

Em tempos em que manifestos antinordestinos circulam pela rede, [e prefiro acreditar que seja um daqueles textos que a gente escreve com amigos só pra tirar sarro de algo muito absurdo e não que se trate de um pensamento legítimo] faz muito bem esse resgate a cultura nordestina. Vamos lá, Raça Humana, uma semana do trabalho de Deus. Vamos optar em ser a beleza ou a podridão?

segunda-feira, 5 de julho de 2010

.Saga Lusa




Que Adriana Calcanhotto é super talentosa e uma cantora incrível todo mundo sabe. Mas que é uma excelente escritora, é uma informação nova, pelo menos pra mim que acabo de me encantar ao fechar Saga Lusa, título do livro que encabeça este post. O livro foi escrito durante a turnê do disco Maré, em Portugal, entre maio e junho de 2008, uma viagem não só a outro país, mas sim num mar completamente inusitado e encantador de uma outra pessoa, uma Adriana que nem ela mesma conhecia.

“Voltei a ser quem era, sendo que aquela não exite mais e a nova é novidade. Tenho esse enigma agora pra decifrar.”

Como no mar, não há como ficar nas beiras deste livro, você é convidado a navegar por ele, ora em águas tranqüilas, ora em águas turvas e agitadas. Cheio de imagens lindas e referências pessoais, Adriana é a maré, alta cheia, baixa vazia e a maré [quase] morta.

Não é só a loucura de uma turnê de uma super artista, é o retrato de uma pessoa que sofre, tem medo, cansaço, insônia, fica doente e ainda assim conserva o espírito criativo e inquieto resultando num livro que te prende a cada linha.

Aliás, desde a capa, feita por ela mesma. Capítulos curtos e batizados de maneira muito inteligente, comportaria no mínimo mais 100 páginas de relato, mas (in)felizmente a viagem acabou.

E querem saber a cereja do sundae? Abro o site da mesma e descubro que amanhã ela estará adentrando novamente no território onírico de Portugal! Desejo boa viagem!